Download
do Amor
Mês de junho, mês de festa
junina, dia do Cinema Brasileiro, do Pedreiro, do Papa, da Imprensa, Ecologia,
Meio Ambiente. Dia de São Pedro, Santo Antônio, São Paulo e São João. Dia do
Atleta Olímpico, do Professor de Geografia e do Aperto de Mão! Até disco voador
tem dia no calendário de junho. Porque em junho não sei não, porque Varginha
faz aniversário é em outubro. Mas hoje quero falar mesmo é de outra data que
também comemoramos neste mês: Dia dos Namorados!!
Se estamos falando de
namorados, estamos falando de relacionamento. Tem gente que detesta quando ouve
“vamos falar de nossa relação?” Mas é que relação não se fala, faz. E para
falar desse assunto só mesmo entrando no campo dos comportamentos. Hoje vemos
tantos casais se desentendendo e chegando até mesmo a romper laços. E por falar
em laços, não poderíamos deixar de citar O Laço e o Abraço de Mário Quintana:
“... como é curioso um laço... uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula
e pronto: está dado o laço. (...) E quando puxo uma ponta, o que é que
acontece? Vai escorregando... devagarzinho, desmancha (...). Solta o
presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não
faltou nem um pedaço. Ah! Então, é assim o amor, (...) Como um pedaço de fita. Enrosca,
segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre
as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E
quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.(...)Então o amor e a
amizade são isso...Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque
quando vira nó, já deixou de ser um laço!”
Sabem por que isso acontece
na maioria das vezes? A resposta é muito simples: diferenças! Homens e mulheres
têm características comportamentais muito diferentes. Para entender um pouco
dessas diferenças, precisamos conhecer nosso cérebro e saber como ele funciona.
O lado direito é mais emocional, o esquerdo, mais racional. E a ciência
descobriu que não temos só um tipo de inteligência, mas várias. O autor da
Teoria das Múltiplas Inteligências, Howard Gardner, nos fornece nove diferentes
padrões, sendo eles: Inteligência Lógico-matemática, Linguística, Musical,
Espacial, Cenestésica, Interpessoal, Intrapessoal, Naturalista e Existencialista.
E o mais interessante de tudo, é que três são tipicamente femininas:
Linguística, Cenestésica e a Interpessoal. E três tipicamente masculinas:
Lógico-matemática, Espacial e Intrapessoal. As outras duas mais neutras. E
vejam que coisa fantástica! Onde o homem tem dificuldade, a mulher tem
facilidade e vice versa. Não vamos citar aqui exemplos de todas elas, devido a
extensão que o texto ficaria. Mas pelo menos uma predominante de cada lado.
Começando pela linguística: a mulher gosta de se comunicar, ela tem necessidade
de falar. Enquanto as mulheres falam em média sete mil palavras/dia, o homem
fala 4 mil. Por isso quando vamos contar um assunto, eles dizem: “seja breve”.
E quando perguntamos ao nosso marido como foi o dia dele, e ouvimos como resposta
um “foi bom”. Nossa! Como uma pessoa pode passar o dia todo fora de casa e
dizer em duas palavras tudo que aconteceu? Na verdade estamos querendo que ele
nos dê uma brechinha para contarmos como foi o nosso dia! Poxa! Queremos falar!
Vocês homens que estão lendo, devem estar neste momento rindo e dizendo para
sua mulher “tá vendo!”, pois lhe digo que se comunicar bem vale ouro no século
XXI. Agora, quando a história é a inteligência espacial... hum... Preferiria
nem comentar. Não somos muito boas nisso não. Já perceberam como ficamos no
banco passageiro enquanto eles dirigem? Pensamos que a qualquer momento o carro
vai sair da pista, ou que não vai dar tempo de ultrapassar, ou entrar debaixo
do caminhão. Neste momento como gostaríamos que o freio fosse do nosso lado.
Mas atenção pessoal! Isso são tendências. Não quer dizer que não existem
mulheres com predominância espaciais e homens tipicamente linguísticos ou
interpessoais. Estamos apenas falando de diferentes padrões comportamentais. Cabe a nós ter essa
compreensão e respeitar o outro.
Relacionamento tem que
servir pra fazer a gente feliz! Relacionamento é cumplicidade, troca, amizade.
É claro que não pode faltar uma dose de “T”. Hoje fala-se em inteligência
intelectual, inteligência emocional e porque não inteligência relacional? Pois
é, mas já tem gente falando dela por aí. Para ser gostoso tem que se entregar,
mas também dividir. Temos que estar sintonizados com o outro e entender que
cada um tem seus costumes, hábitos, manias.
Um relacionamento feliz tem
que servir para divertir, sair de mãos dadas, beijar, tocar, enroscar, roubar a
colcha e o travesseiro, pagar umas continhas pra gente também não faz mal.
Fazer um programa inusitado, ir pra balada – talvez a balada seja um show,
talvez na casa de amigos, talvez uma roda de viola, talvez... Ah... Tem gosto e
mania pra tudo! Por isso, além de se entregar e divertir temos que acrescentar
outro verbo: dividir! Um dia show de rock, no outro orquestra sinfônica. Mas o principal de tudo isso é saber respeitar
e se sentir a vontade com a outra pessoa. À vontade para dizer o que não agrada,
o que não faz bem, se tá a fim... ou se “hoje não” sem ter que inventar dor de
cabeça.
Relacionar é bom demais da
conta! É claro que há discordâncias, mas dizer que não concorda é diferente de
dizer “não aceito”. Não aceita o quê? O outro? Então o laço virou nó.
Rosane Rodarte.